Milagres do cotidiano - dia 13

 


Cuiabá, 22 de julho de 2023.

 

Eu vejo grandes prodígios diariamente a minha volta, mas nem todos os dias eu consigo reportá-los. Chego a esquecê-los, porque a memória, ainda em treinamento, seleciona o mais importante ou trivial para trabalhar em um redemoinho de estímulos.

Tenho escrito somando dois ou mais dias, porém o que destaco é minha persistência em relatar o que me salta aos olhos como manifestação milagrosa.

Tenho feito sessões de coaching em sistema de permuta com algumas pessoas, em que elas me entregam de volta o que elas têm de melhor em suas profissões. Nesta quinta-feira, uma coachee e terapeuta me trouxe uma ideia bastante disruptiva, quando eu questiono o que ultimamente algumas pessoas têm me dito: “líderes caminham sozinhos!”.

Quando ouvi da segunda pessoa isso, passei a preocupar. Embora eu goste de viver minha solitude e prefira, muitas vezes, estar só , anseio dividir a vida em um relacionamento afetivo com alguém que se encaixe em algumas condições saudáveis para tal.

A angústia foi aumentando quando percebi que, ultimamente, os “contatinhos” sumiram, as investidas minguaram, aqueles com quem eu encontrava, se afastaram(maioria porque eu fiz isso por eles, obviamente).

O primeiro movimento é me culpar. Buscar em mim atitudes que me responsabilizam por estar só.

E foi então que ela , a psicóloga, disse: “Talvez essas pessoas estejam somente reforçando a ideia que você mesma já traz em si. Elas não estão dizendo nenhuma novidade, estão refletindo o que você projeta nelas.”

Faz sentido.

Eu sou tão persuasiva, que aqueles que me rodeiam acreditam na história que eu conto a eles. Mesmo quando eu espero que me contradigam.

Sendo assim, meu portento hoje foi despertar para o reflexo da vida, a começar em mim, a rebater no outro e me devolver aquilo que propago, que penso, que vibro. Controlar ,dar manutenção, estar vigilante para o que é emitido, essa é uma grande dádiva.

É gratuita. Mas trabalhosa.

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