Milagres do cotidiano - dia 12
Cuiabá,
19 de julho de 2023.
Uso
redes sociais pra brincar, me divertir, ser irreverente. Busco, inclusive, ir
na direção contrária das modinhas.
Agora,
com essa onda insuportável de Barbie isso, Barbie aquilo, inventaram uma trend de “Poste seu cabelo mais Barbie
que já teve”.
Fui
lá e postei uma descabelada, de cara amarrada, no espelho do banheiro. E
escrevi: “Barbie amanhecida”.
Muita
gente reagiu rindo, brincando.
Pra
falar a verdade, me sinto até bonita na foto, apesar de descabelada. Mas enfim,
a intenção além de brincar, era quebrar a trend
sem graça de mulheres com registros de loiro. Sair do óbvio.
Ocorre
que, uma pessoa que se diz “amiga”, vem e me diz: “Credo Lulu, não se exponha assim,
amiga. Tira isso. Tá feio. Assim nem Santo Antônio ajuda. Como vai arrumar boy
assim?!” Eu dei risada, e comentei que somente os fortes ficariam, levando na
brincadeira.
Mas
ela insistiu. “É, mas tá feio. Tira enquanto é tempo. Primeiro deixa o bofe te
conhecer. Depois mostra essa foto. Agora antes de te conhecer com um soco no
estômago desses?”.
Recebi
as palavras como uma afronta. A pessoa mal interage comigo em redes sociais. Na
vida, falei com ela a última vez há mais de dez anos. Não sei, exatamente, de
onde ela tirou a ideia de que poderia ser sincericida a esse ponto comigo.
Em
outro momento, num passado remoto, eu teria deixado passar, haveria mandado um
emoji de risada, mas ficando muito mal com as palavras dela. Mas tenho
aprendido a deixar claro pra algumas pessoas certos limites.
E
de fato, não deixei passar. Disse que achei pesado. Que gosto de mim do jeito
que sou e não tenho problema nenhum em brincar com a minha imagem, sou bastante
segura disso. E quem gostar de mim , que goste de mim do jeito que sou!
Claro,
como toda pessoa que gosta de falar o que pensa mas não gosta de ouvir
réplicas, ela disse que estava brincando, que sentia muito que eu havia tomado
as palavras dela daquela maneira, entendendo uma singela brincadeira como uma
verdade e todo aquele discurso que um melindroso ou narcisista sabe fazer muito
bem.
Conclusão:
impor-me quando o outro pensa que pode ultrapassar certos limites comigo. Pra
mim, isso tem sido cada dia mais, um prodígio pra mim e pra minha história. E
vai ficar cada vez melhor!
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