Milagres do cotidiano - dia 11

 


Cuiabá, 18 de agosto de 2023.

 

Minha família , não sei por quais razões, sempre dá um jeito de me menosprezar quando nos reunimos.

São brincadeiras que com o tempo vão deixando cada vez mais evidente que eles esperam sempre o pior de mim. Ou aguardam de camarote meu tombo.

Em voz uníssona, dizem que sou doida.

Talvez eu seja, por não ser igual a eles. Por destoar na religião, na postura, no jeito de enfrentar a vida e seus desafios, de ser espontânea e bastante autêntica. Por escolher divorciar, por começar novos relacionamentos e terminar. Por viajar sozinha. Por fazer o que me dá na cabeça.

Mas hoje aconteceu algo diferente.

Algo mudou neles em relação a mim.

Porventura seja minha condição material cada vez melhor, e isso evidente na reforma da casa, nas minhas viagens, no estilo de vida num patamar bem superior ao vivido antes.

Agora eles querem saber quanto eu ganho. Como eu invisto. Quanto guardo do meu dinheiro. Perguntam se realmente no meu trabalho sou bem tratada como mostro nas redes sociais.

Fenômeno do dia: a minha família me enxergando com olhares de admiração. Meio mórbido, mas com uma dose de contentamento. Só quem sabe o que é viver em uma família disfuncional sabe o  peso que essa mudança de postura tem.

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